terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Crítica Cinema | Lobisomem

(A boa volta de uma mitologia clássica)


A mais nova encarnação cinematográfica do Lobisomem, dirigido por Leigh Whannell, é uma reimaginação audaciosa de um dos se o mais clássico dos mitos, e essa nova encarnação que consegue equilibrar o suspense psicológico com a violência visceral do terror de uma maneira que raramente se vê em tela atualmente. E Whannell, que é conhecido por sua habilidade em construir tensão e explorar o psicológico como visto em outras obras que trabalhou como jogos mortais. E em Lobisomem o diretor faz um trabalho primoroso ao reinventar o gênero de terror, trazendo uma abordagem mais intimista e complexa para a história de uma criatura lendária.

A trama se inicia com Blake um jovem e receoso jovem que vive nas planícies aprendendo como sobreviver em meio as maravilhas e horrores da natureza com seu velho pai como mentor, que aos poucos se aproxima cada vez de uma maldição que talvez seja hereditária e moral, ao que aos poucos o torna um protagonista atormentado que luta contra os horrores da transformação de uma ferra selvagem e animalesca. O enredo vai muito além de uma simples história de monstros, a família de Blake vivido por Christopher Abbott é um dos pontos mais altos da trama: pois desde o momento que o jovem abandona a vida no campo o filme consegue criar uma conexão entre Blake e sua família, principalmente com sua filha ambos são carne e unha, e ver essa relação familiar sendo aos poucos destruída é algo que realmente brilha em Lobisomem; toda essa forma de Whannell trabalhar com o lado psicológico do personagem, explorando seus dilemas internos, a culpa, a perda de controle e a luta pela redenção. O filme utiliza a figura do lobisomem como mais que um elemento sobrenatural, mas como uma metáfora para os conflitos internos e os traumas que Blake e todos nós como espectadores carregamos.

O longa consegue fazer uso de toda uma tensão crescente, mantendo o espectador na ponta da cadeira, mesmo nas cenas mais calmas, o público nunca sabe o que vira a seguir, o que difere de muitos filmes de terror que dependem de sustos repentinos, mas Lobisomem prefere se focar na construção de uma atmosfera densa e claustrofóbica, onde nunca se sabe se o terror será psicológico ou físico, conseguindo fazer com que cada cena tenha um peso maior, criando uma experiência mais imersiva e emocional.


Os efeitos visuais e a maquiagem são mais uma ótima face do longa, especialmente nas cenas de transformação do lobisomem, que leva todo o tempo que é necessário sendo possível apreciar e temer cada vez que a besta se retorce em meio sua transformação. A criatura é impressionante, feita com efeitos práticos e com um design que mistura elementos clássicos e modernos, criando um ser verdadeiramente monstruoso, mas ao mesmo tempo, de uma beleza grotesca. As sequências de ação envolvendo o lobisomem são intensas e bem executadas, sem nunca perder o foco na construção emocional da história.

A performance do elenco é outro grande destaque. O protagonista, interpretado com intensidade por um ator excepcional, transmite com maestria o sofrimento e a luta interna de seu personagem. Sua performance emocional é o coração do filme, e é impossível não se envolver com suas angústias e dilemas. Além disso, o filme se destaca por sua fotografia e pela escolha cuidadosa dos cenários. A iluminação sombria, combinada com locações urbanas e isoladas, cria um ambiente perfeito para a história, acentuando a sensação de solidão e desespero que permeia toda a trama.

Em suma, o longa de Leigh Whannell é um filme que subverte as expectativas do gênero. Em vez de apenas apresentar um filme de terror convencional, Whannell entrega ao seu público uma reflexão profunda sobre a natureza humana, a luta contra os monstros internos e a perda de controle. Com uma direção que os fãs de filmes de terror e suspense já estão familiarizados, efeitos práticos e um elenco talentoso. Lobisomem é um dos filmes de terror mais inovador que supera a expectativa, que traz de volta uma mitologia clássica, e a transforma em algo chamativo para o público contemporâneo.


Sinopse oficial: 
Neste arrebatador conto de horror, um homem deve lutar para proteger a si mesmo e sua família quando eles se tornam alvos de um lobisomem mortal. À medida que a lua cheia ilumina a noite, o grupo é perseguido, aterrorizado e assombrado por uma criatura que personifica seus piores pesadelos. Com a tensão crescendo a cada momento e o perigo sempre à espreita, Lobisomem promete uma experiência cinematográfica intensa e inquietante, explorando o medo primal que surge quando o sobrenatural se torna uma ameaça real. Prepare-se para uma noite de terror que você nunca esquecerá. Direção: Robert Eggers. Estreia nos cinemas brasileiros, 16 de janeiro de 2025 pela Universal Pictures Brasil.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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