sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Crítica Cinema | Emilia Pérez

(Uma história que é um vespeiro dentro e fora das telonas)


Emília Pérez é inspirado no romance Écoute, onde Jacques Audiard busca retratar a história de uma maneira diferente. Um traficante mexicano, que não se reconhece mais em seu corpo masculino, procura ajuda para se tornar "Emília Pérez". Os resultados narrativos e estéticos são confusos, mas rendeu ao filme 13 indicações ao Oscar. Desde sua estreia mundial no Festival de Cinema de Cannes, o longa tem gerado diversas polêmicas, que vão desde questões de transfobia até o uso de IA para moldar as vozes das atrizes.

Este musical narra a trajetória de um traficante no México que está em transição para se tornar mulher (Emília Pérez). Sua transformação não é apenas uma fuga dos crimes, mas uma busca por se libertar de um corpo no qual nunca ser seu, dando vida a uma nova identidade feminina.

O roteiro apresenta buracos na trama, com muitas pontas soltas e falta de explicações. Não há detalhes sobre a transição de Emília ou as mudanças corporais pré-operatórias, elementos que poderiam ter sido explorados de forma mais profunda e relevante.

Um dos maiores equívocos do filme é ser um musical. As performances vocais das protagonistas Karla Sofía Gascón, Zoe Saldaña e até mesmo da cantora Selena Gomez não agradam. Enquanto Zoe se destaca e entrega uma performance satisfatória, Karla não alcança o mesmo nível, mesmo com o auxílio da IA e da voz de Camille. Selena apresenta uma música boa, mas outra é confusa e incompreensível, marcada por um espanhol estranho.


A fotografia do filme e o uso de câmeras e ângulos, em algumas partes, agradam. Porém, há uma cena específica, na qual as três protagonistas interagem, que é vergonhosa, parecendo ter sido feita no PowerPoint. Isso transmite a sensação de algo apressado e mal executado.

A maquiagem de Manitas, Emília ainda homem, é amadora e insatisfatória para um filme desse porte, levantando dúvidas sobre sua indicação na categoria de maquiagem no Oscar. Emília Pérez, com seus 132 minutos de duração, é um filme razoável, não tão ruim quanto dizem. Poderia ter funcionado melhor se não fosse um musical e se tivesse se aprofundado mais na transição de gênero e na luta das mulheres trans.


Sinopse oficial: 
O filme acompanha Rita (Saldãna), uma advogada de um grande escritório que está mais interessada em libertar os criminosos do que em levá-los à justiça. Certo dia, ela recebe uma inesperada proposta: o líder do cartel, Manitas (Gascón), a contrata para ajudá-lo a se retirar de seu negócio e realizar um plano que vem preparando secretamente há anos: tornar-se a mulher que ele sempre sonhou ser. A trama é livremente adaptada do romance ‘‘Ecoute’’ de Boris Razon. Direção: Jacques Audiard. Estreia nos cinemas brasileiros, 06 de fevereiro de 2025 pela Paris Filmes.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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