(Bom, subjetivo e fora da caixinha)
By Jeff Rocha
Queer atravessa décadas. Foi escrito nos anos 50 por William S. Burroughs, publicado somente em 1985 e apenas agora foi adaptado para o cinema. Queer ou Bicha é um termo que era usado de forma pejorativa por homens gays e não gays para diminuir o outro como forma de ofensa, na época em que o livro/romance foi publicado. “Queer” foi exibido na mostra do Festival de Veneza 2024. O longa-metragem é apresentado em uma narrativa de capítulos, até porque é baseado no livro homônimo de William S. Burroughs, detalhando uma história de romance, solidão, autoconhecimento e aceitação.
Sinopse oficial:
,
Luca Guadagnino, do maravilhoso Rivais (2024) dirige aqui também. Acompanhamos Lee (Daniel Craig), um expatriado de meia-idade que vive no Novo México. Em um dos bares frequentados por homens gays, ele conhece e se apaixona pelo jovem Allerton (Drew Starkey), um ex-oficial da marinha. Eles mantém uma vida amorosa secreta. A obsessão passa a ser o combustível da vida de Lee, que é viciado em heroína, álcool, sexo e a busca da yagé - ou Ayahuasca -, uma droga da Amazônia que promete conexões.
Tudo é pura vibe! Queer faz mágica ao transformar histórias em sensações com imagens e sons de tirar o fôlego. Desde a cidade artificial onde os personagens desfilam em suas roupinhas brancas, presos em um looping diário de ações repetidas, até a trilha sonora que é um verdadeiro banquete para os ouvidos! Sério, tem Sinead O'Connor, Prince, Nirvana e até Caetano Veloso cantando "Vaster Than Empires" – é um festival sonoro que deixa a gente cantando na poltrona.
Enquanto a primeira metade é um filme de puro romance sensual de Guadagnino, Queer se sustenta na brilhante atuação de Daniel Craig, nos levando a acompanhar a rotina de um personagem gay que não se aceita e que parece perdido. Seu dia a dia consiste em vagar pelas ruas da cidade em busca de parceiros ou amantes e sexo casual, enquanto se embriaga no bar ao lado de seu amigo Joe (Jason Schwartzman). Guadagnino não é sutil ao nos apresentar Lee e sua ligação com a comunidade queer e a sociedade pós-guerra. Os olhares de reprovação e o desprezo das pessoas a sua volta, aparentemente, não afetam a confiança do protagonista, que muita das vezes solta em meio a conversa ou discussão que não é “bicha”. No entanto, o diretor revela que a vida de Lee e de seus companheiros é, na verdade, mais solitária do que eles desejam admitir, enfatizando o momento em que Lee se encontra com Allerton e se vê envolvido em uma paixão obsessiva pelo jovem, que manipula os sentimentos do escritor sutilmente, nunca se comprometendo totalmente com a relação.
Tudo é pura vibe! Queer faz mágica ao transformar histórias em sensações com imagens e sons de tirar o fôlego. Desde a cidade artificial onde os personagens desfilam em suas roupinhas brancas, presos em um looping diário de ações repetidas, até a trilha sonora que é um verdadeiro banquete para os ouvidos! Sério, tem Sinead O'Connor, Prince, Nirvana e até Caetano Veloso cantando "Vaster Than Empires" – é um festival sonoro que deixa a gente cantando na poltrona.
Enquanto a primeira metade é um filme de puro romance sensual de Guadagnino, Queer se sustenta na brilhante atuação de Daniel Craig, nos levando a acompanhar a rotina de um personagem gay que não se aceita e que parece perdido. Seu dia a dia consiste em vagar pelas ruas da cidade em busca de parceiros ou amantes e sexo casual, enquanto se embriaga no bar ao lado de seu amigo Joe (Jason Schwartzman). Guadagnino não é sutil ao nos apresentar Lee e sua ligação com a comunidade queer e a sociedade pós-guerra. Os olhares de reprovação e o desprezo das pessoas a sua volta, aparentemente, não afetam a confiança do protagonista, que muita das vezes solta em meio a conversa ou discussão que não é “bicha”. No entanto, o diretor revela que a vida de Lee e de seus companheiros é, na verdade, mais solitária do que eles desejam admitir, enfatizando o momento em que Lee se encontra com Allerton e se vê envolvido em uma paixão obsessiva pelo jovem, que manipula os sentimentos do escritor sutilmente, nunca se comprometendo totalmente com a relação.
Daniel Craig faz escolhas audaciosas em sua carreira e seu papel como Lee pode ser o mais surpreendente. Ele interpreta Lee como um personagem extrovertido, que esconde uma profunda tristeza e busca amor, lutando para controlar sua dor. Este papel desafia Craig, revelando novas dimensões de seu imenso talento e não fica preso ao personagem de 007.
Já a segunda metade representa a obra cinematográfica mais audaciosa do diretor em termos visuais até agora, adotando uma abordagem que se afasta do livro de Burroughs. O erro do roteiro foi que até a metade estava sendo um filme de romance entre homens gays e estava lindo, porém muda drasticamente o tom, para uma aventura em busca de uma planta causando uma estranheza na condução final, parecendo até outro filme.
O filme poderia ter focado mais no relacionamento dos dois homens e mostrar mais o afeto e desafeto dos personagens. Por mais que Guadagnino explore e deixa belamente ilustrado por seus movimentos e toques, “Queer” é uma experiência de uma viagem psicodélica, que corre para explicar o final, e acaba não explicando nada, deixando um vazio em quem esta assistindo, Guadagnino não se limita a expandir sua visão como espectador, mas também busca desconstruir e reorganizar todos os aspectos de você que observam e sentem ao assistir a um filme. É tudo muito lindo porém nem tudo é tão lindo assim.
O corte do filme fica muito explicito e vago, é impossível você terminar o filme e não se perguntar o que foi que aconteceu e ao final ficar sem ter resposta. Queer com certeza que representa muitos Queers, muitos vão se identificar com o personagem de Daniel Craig por N motivos.
Já a segunda metade representa a obra cinematográfica mais audaciosa do diretor em termos visuais até agora, adotando uma abordagem que se afasta do livro de Burroughs. O erro do roteiro foi que até a metade estava sendo um filme de romance entre homens gays e estava lindo, porém muda drasticamente o tom, para uma aventura em busca de uma planta causando uma estranheza na condução final, parecendo até outro filme.
O filme poderia ter focado mais no relacionamento dos dois homens e mostrar mais o afeto e desafeto dos personagens. Por mais que Guadagnino explore e deixa belamente ilustrado por seus movimentos e toques, “Queer” é uma experiência de uma viagem psicodélica, que corre para explicar o final, e acaba não explicando nada, deixando um vazio em quem esta assistindo, Guadagnino não se limita a expandir sua visão como espectador, mas também busca desconstruir e reorganizar todos os aspectos de você que observam e sentem ao assistir a um filme. É tudo muito lindo porém nem tudo é tão lindo assim.
O corte do filme fica muito explicito e vago, é impossível você terminar o filme e não se perguntar o que foi que aconteceu e ao final ficar sem ter resposta. Queer com certeza que representa muitos Queers, muitos vão se identificar com o personagem de Daniel Craig por N motivos.
Em 1950. William Lee, um expatriado americano na Cidade do México, passa os dias quase completamente sozinho, exceto por alguns contatos com outros membros da pequena comunidade americana. O encontro com Eugene, um expatriado e ex-soldado recém-chegado à cidade, mostra, pela primeira vez, que pode finalmente ser possível estabelecer uma conexão íntima com alguém. Direção: Luca Guadagino. Estreia nos cinemas brasileiros, 12 de dezembro de 2024 pela Paris Filmes.
Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
____________________________________________________________________
Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com
0 Comments:
Postar um comentário