ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries: Crítica Cinema | A Forja

(A palavra da esperança)

By Raynan Poketto

A Forja – O Poder da Transformação é um filme de drama religioso que conta a história de Isaias Wright (Aspen Kennedy), um menino de 19 anos que ainda tem muito que amadurecer. Um ano fora da escola, sem planos para o futuro, Isaias é intimado por sua mãe, que ameaça fazer ele pagar o aluguel da casa se ele não arranjar um emprego.

Nessa busca por emprego ele encontra um empresário bem-sucedido que começa a traçar um caminho melhor para sua vida. Através do discipulado bíblico de seu novo mentor, das orações de sua mãe e de uma guerreira de oração chamada Dona Clara, Isaias começa a descobrir que o propósito de Deus para sua vida é muito mais do que ele poderia esperar ou imaginar.

O longa metragem dirigido por Alan Kendrick fala sobre amadurecimento e aprendizado com os desafios da vida. Mas o filme consegue contar essas histórias através de altos e baixos sobre a mensagem que deseja passar. O longa metragem consegue mostrar como o protagonista Isaias é uma pessoa que está em busca de sua essência, e que precisa passar por algumas adversidades para evoluir como ser humano, e como as mesmas adversidades são necessárias para se tornar uma pessoa mais forte e confiante.

Outros temas que o filme aborda através da história do protagonista é o perdão e a união dos amigos. A questão do perdão é abordada de forma pontual sobre um acontecimento na vida do personagem bem traumatizante e que vai se acumulando com o tempo, mas deixa uma mensagem sobre perdoar e não deixar o ódio te envenenar com o tempo. A união é abordada de uma forma clássica, comumente utilizada como recurso narrativo no cinema. A Amizade, o filme fala sobre, como unidas, as pessoas são mais fortes e são capazes de juntas realizar sonhos incríveis. Como um amigo pode nos dar forças para seguir nosso destino.

Agora, por outro lado, o longa consegue não ser muito efetivo em sua mensagem sobre religiosidade. A história acaba entrando no tema de crença e religião, de forma limitada, o que mostra um desequilíbrio na história, pois se por um lado fala sobre mensagens bonitas como união e perdão, ele consegue abordar a não diversidade das crenças, abordando o clichê sobre o fato de apenas um tipo de religião ser a correta, mas essa abordagem ocorre de forma sutil no roteiro do filme. O desequilíbrio no filme está presente no ponto em que aceitar Deus em sua vida, não significa propriamente se sacrificar com extremismo e tirar alguns hobbies definitivamente da sua vida como o videogame por exemplo, que desde o início não é abordado como um vício por parte do protagonista, logo o filme não desenvolve esse hobbie como um problema que afeta diretamente a vida do personagem, o que não justifica ele se “sacrificar”, por um bem maior, sendo que o próprio videogame poderia ser algo que o deixasse mais relaxado ou menos preocupado com os problemas que precisa lidar ao longo da história.

De um modo geral, os aspectos técnicos são agradáveis, pois a fotografia possui um tom leve, clean e iluminada, o que provoca um certo conforto ao espectador. E por fim a escolha de uma sonoplastia suave contribui para um clima gostoso no desenrolar da história. A Forja - O Poder da Transformação acerta em falar sobre mensagens bonitas de perdão e união, assuntos de suma importância para o desenvolvimento mental e espiritual de um ser humano, mas que falha em se limitar em abordar a crença do próximo.

Sinopse oficial:

Um ano depois de encerrar o ensino médio, o jovem Isaías Wright não tem planos para o futuro e é desafiado por sua mãe solo e um empresário de sucesso a começar a traçar um rumo melhor para sua vida. Ele passa a ser discipulado pelo seu novo mentor, conta com orações de sua mãe e de uma guerreira de orações, Dona Clara, e começa a descobrir o propósito de Deus para sua vida.  Direção: Alex Kendrick. Estreia nos cinemas brasileiros, 26 de setembro pela Paris Filmes.