terça-feira, 30 de abril de 2024

Crítica Cinema | A Teia

(Algumas mentiras não podem ser enterradas)


A Teia (Sleeping Dogs, 2023), o longa-metragem criminal de suspense e mistério, fruto da parceria entre Estados Unidos e Austrália, distribuído pela Imagem Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas, a partir de 02 de maio de 2024, com classificação etária de 16 anos, tendo sido filmado em Melbourne na Austrália. A direção fica por conta do americano Adam Cooper, que debuta como diretor, mesmo tendo uma carreira longeva de produtor executivo e, principalmente, roteirista em filmes conhecidos do grande público, como No Pique de Nova York (2004) com as gêmeas Olsen, Êxodo: Deuses e Reis (2014) com Christian Bale, Carga Explosiva – O Legado (2015) e Assassin´s Creed (2016) com Michael Fassbender.

O roteiro ficou por conta do também americano Bill Collage, que tem o próprio diretor atuando como seu corroterista, repetindo a parceria iniciada no filme Pânico na Floresta (2003).

O longa é baseado no romance “O Livro dos Espelhos”, escrito em 2017, pelo ex-jornalista e economista romeno, Eugen Ovidiu Chirovici (E. O. Chirovici).


O elenco principal e de apoio, são os pontos positivos do filme, transparecendo durante os 110 minutos de duração, um esforço de atuação que - se desconsiderarmos o ritmo lento e arrastado que a trama é conduzida - mostra uma entrega pelo projeto, para que fosse o melhor possível dentro de suas limitações.

Russel Crowe interpreta Roy Freeman, um ex-policial, exonerado há 10 anos por dirigir bêbado e causar um acidente. Atualmente, sofre de Alzheimer, tendo que, em seu apartamento, rotular em post-it, desde seu nome até como se vestir e comer. Participando de um ensaio clínico em um método experimental para reconstruir as terminações neurais e reparar suas memórias, com ajuda de cirurgia e medicamentos, Roy deve estimular sua mente lendo ou montando quebra-cabeças. É nesse momento, em que é procurado por uma advogada para conversar com Isaac (Pacharo Mzembe), um condenado no corredor da morte que será executado em menos de um mês e que, alega ser inocente. Algo que Roy e seu parceiro, responsáveis há 10 anos por prendê-lo, sabiam na época ou não se importavam o suficiente para investigar. A vítima era o professor Joseph Wieder (Marton Csokas) que tinha como assistente Laura Banes (Karen Gillan) e como faz-tudo Wayne Devereaux (Thomas W. Wright). Por não se lembrar de nada do caso, Roy sai em busca de seu antigo parceiro, Jimmy Remis (Tommy Flanagan) para que este o ajude a descobrir a verdade. O que o levará até o manuscrito de Richard Finn (Harry Greenwood) e a percorrer a história de alguns outros personagens que, podem ou não, estarem envolvidos nesta teia de mentiras e assassinatos, cujo suspeitos prefeririam deixar o passado morto e enterrado.


Discutir sobre memória é o escopo principal do roteiro, apontando sua importância no nosso dia a dia e o quanto ela nos define para sempre. Poderíamos substituir memorias boas no lugar das ruins? O filme trabalha em cima dessas ideias e se utiliza em larga escala de flashbacks para se sustentar. 

Cada personagem apresentado, pode ser um suspeito ou uma vítima, trazendo seu próprio arco e dicas. O público, assim como Roy, desvendam juntos as intrincadas pistas da trama. Ou pelo menos, essa era a ideia da produção. Porque, apesar de tudo, a revelação final pode ser um pouco decepcionante, pois a resposta acaba sendo mais óbvia do que se esperava, exceto pela motivação. Fora que, quem sabia a verdade, por que não revelou antes do efeito dominó que se sucedeu? A Teia é um longa bastante irregular, com falta de agilidade em sua condução, mas que, por contar com um elenco acima da média, instiga o suficiente para nos manter em movimento até a conclusão.


Sinopse oficial: 
O ex-detetive de homicídios Roy Freeman (Russell Crowe) passa por um tratamento revolucionário para Alzheimer quando é chamado para reexaminar um brutal caso de seu passado. Intrigado e lutando para recuperar sua memória, Roy pede a ajuda de seu ex-parceiro (Tommy Flanagan) para retomar a investigação envolvendo um condenado no corredor da morte, que ele prendeu dez anos atrás e que alega inocência. À medida que novos elementos surgem, uma complexa teia de mentiras se revela, forçando Roy a enfrentar uma terrível realidade que muda o seu mundo para sempre. Direção: Adam Cooper. Estreia nos cinemas brasileiros, 02 de maio pela Imagem Filmes.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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