O inicio é muito bom... Análise do primeiro episódio da série "The Last of Us"

(Titulo chegou no canal da HBO, e também no streaming HBO Max)

Em 2013 chegava ao Playstation 3 o game “The Last of Us”, o jogo era o último grande título dessa versão do console da Sony, a despedida do videogame para a chegada do PS4. Como esperado o título foi um sucesso de crítica e público, ganhou vários prêmios da categoria e trouxe um upgrade de traços, histórias e cgi com animações realistas... onde talvez uma das poucas reclamações foi o fato de você mais assistir do que jogar. Toda a ambientação e trama é até simples, um vírus espalhou-se na Terra, dessa vez um fungo trazendo o apocalipse, nisso temos nosso protagonista Joel, que junto da sua filha adolescente Sarah, e do seu irmão Tommy tentam fugir logo no inicio desse caos das mutações, mortes e destruições, essa fuga termina em tragédia para Joel, e vinte anos depois a história segue, com um Joel amargurado e tentando sair de onde está para encontrar seu irmão. Antes da jornada ele encontra a Ellie, uma adolescente que se junta ao protagonista em uma aventura perigosa em meio a uma pandemia, como toda vez que temos algo assim, fora os perigos das infecções, os seres humanos são as maiores ameaças, além disso, existe uma organização (Vagalume) que está em embate com o exército para fugir dessa quarentena imposta, então meio a isso tudo, temos nossa dupla principal (Joel e Ellie).

Joel e Ellie em the Last of Us 2013

Seguindo nessa narrativa, claro que Joel vai ver na Ellie algo que ele perdeu, mas ao decorrer da história a garota se mostra um pouco mais especial do que parece, e isso vai ser enfim a trama principal, pois no transcorrer da narrativa, muitas coisas vão acontecer, onde gente morrerá e a dupla terá uma missão que não será apenas encontrar o irmão do protagonista, isso vai justificar o final do game. Eu joguei na época e realmente foi de uma qualidade nunca vista até então. A continuação veio em 2020 que seria o encerramento do PS4 abrindo para o Playstation 5, mas não aconteceu, até hoje PS4 e PS5 dividem seus lançamentos, coisa deve mudar um pouco esse ano. Nesse game temos uma passagem de tempo e a Ellie está mais velha, e uma das coisas que mais agradaram no primeiro... o roteiro, dessa vez, o game fez algumas apostas arriscadas que uns adoraram e outros não, principalmente por uma morte, sexualidades e o final, como no primeiro foi algo corajoso e interpretado como inovador, no segundo muitos consideram corajoso, mas de uma forma que dividiu opiniões.

Dito isso, a HBO resolveu fazer uma série do game, com a qualidade a lá Game of Thrones, Joel sendo interpretado pelo Pedro Pascoal (Mandaloriano) e como a Ellie, a jovem Bella Ramsey (conhecida por falas poderosas em Game of Thrones como a personagem Lyanna Mormont), além de Gabriel Luna como Tommy, os mais conhecidos da franquia. Dito isso, enfim saiu o primeiro episódio da série na HBO e HBO Max... que promete, vamos a uma análise desse que pode ser mais um grande título da cultura pop, se candidatando a um dos melhores do ano.

A primeira coisa a perguntar, as cenas iniciais são tensas e bem feitas como no game? Sim, são de uma qualidade muito boa, lembra vários cortes do jogo, dando uma dupla sensação... para quem jogou sabe onde tudo aquilo ia dar, mesmo assim fica apreensivo, e também, quem não jogou e não conhece a história, consegue ótima imersão e tem o ápice trágico para o impacto necessário. Nessa parte, a Sarah foi muito bem interpretada pela Nico Parker, aliás, se as atrizes estivessem em papéis trocados, não seria nada mal. A passagem de tempo acontece e a ambientação é boa, a entrada da Ellie é satisfatória, mas a atriz incomoda um pouco no seu modo de atuar, aí fica a dúvida desse incômodo... foi porque a Nico Parker foi bem demais como Sarah, ou a Ellie live-action está muito diferente do game.... ou até... a atriz ainda precisa de um tempo para se mostrar, e nós para se acostumar a ela?

A jornada é a mesma do game, com Joel e ainda a Theresa (Anna Troy) decidindo a jornada e a Ellie se acostumando a eles, as falas são curtas e ainda tem toda uma preparação para o que estar por vir... nada muito empolgante, mas dando um desconto pelo começo ter sido muito bom. A Ellie é muito esperta, para os novatos em The Last of Us pode ter certa antipatia por ela, mas com o tempo a coisa vai ficando feia para a dupla... a personagem melhora bem no quesito desenvolvimento. Esse capítulo é o começo da jornada, a cena inicial pré fim do mundo é muito fidedigna a história dos games, já isso vale o episódio... nos próximos vamos precisar conferir como será o embate monstros e humanos, porque humanos contra humanos está bem feito. A série começa muito bem. Pedro Pascoal está excelente nos momentos chaves do Joel nesse capítulo. A menina (Bella Ramsey) ainda não está tão bem (verdade seja dita, ela apareceu pouco, o episódio é todo do Joel, e o inicio da Sarah), até porque não é toda hora que tem personagem para interpretar com discursos voltados para se aparecer como em Game of Thrones. The Last of Us não tem muito o que errar, a história original é muito boa, então é só seguir igual, resta apenas saber se as atuações e os efeitos dos monstros + ambientações serão boas para que o título possa ser um dos melhores do ano.