sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Crítica Cinema | Caça Implacável

(Um filme de resultado aceitável) 


No trama, Will Spann (Gerard Butler) está levando sua ex-esposa, Lisa (Jaimie Alexander), para a casa dos pais dela em uma pequena cidade. Quando param o carro em um posto de gasolina próximo a essa casa, ela desaparece misteriosamente. Desesperado, Will recorre à polícia, mas não recebe apoio e ainda se torna o principal suspeito do caso. Decidido a encontrar Lisa de qualquer forma, Will começa uma corrida contra o tempo para achar Lisa com vida. Elenco ainda conta com Russell Hornsby, Ethan Embry, Michael Irby, Cindy Hogan, Bruce Altman, Jordan Salloum, Dani Deetté, entre outros. Direção de Brian Goodman. Distribuição nacional da Diamond Films. Estreia nos cinemas brasileiros em 13 de outubro de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Caça Implacável (Last Seen Alive)


O início deste filme é bastante interessante, algo entre prometedor e desnorteante: um policial consegue a confissão de um detido por meios coercitivos, quase drásticos. O enredo parece definido e, por isso mesmo, pode incomodar um pouco o espectador: será que já se sabe o final do que vai acontecer? Este recurso narrativo já foi utilizado pelo cinema; em particular pode-se lembrar o clássico diretor Alfred Hitchock quem, obviamente, teve um desempenho absoluto ao utilizá-lo. Lembremos que Hitchcock dizia que quando ele como diretor “ameaçava”, de alguma maneira, cumpriria com o antecipado. Pode não ser o caso comparar aquele gigante do cinema com este outro realizador, Brian Goodman – em seu terceiro longa-metragem. Porém, aquela mistura de sensações com relação ao já visto e o que vai vir, é bem provável que seja sentida no público. Nas sequências seguintes, a trama traz um casal com alguns problemas na relação e há diálogos tensos, mas não diretamente violentos. A esposa, Lisa (Jaimie Alexander, atriz de fisionomia inexpressiva) está cansada de seu marido Will Spann (Gerard Butler, que tem realizado uns cinquenta papéis em realizações prévias). Prestes a afastar-se dele, Lisa decide ir à casa de seus pais. O casal vai de carro, até que, numa parada em um posto de gasolina, de forma totalmente inesperada, ela some. Imagens desse fato resultam simples, porém misteriosas e até marcantes. E surgem perguntas: O que terá acontecido com Lisa? De que forma, por qual motivo?


Responder às perguntas anteriores e tentar encontrar e salvar a mulher seja do que for é o que motiva a ação do protagonista. A aparição da polícia dá lugar a diversas situações e margem para um personagem bem elaborado, o detective Paterson (o experiente Russell Hornsby, em bom desempenho). A ação leva Will a defrontar-se com um submundo tenebroso, de ilegalidade totalmente patológica. A palavra “ação” resulta exata pois é o que não falta – e deve ser o que o espectador, com certeza, procura. Mas, se por outro lado, se almeja alguma reflexão elaborada, talvez só se encontre de um modo indireto: os casos de desaparecimentos e sequestros com participação de sinistros indivíduos e organizações clandestinas que marcam as sociedades atuais. O cinema já tem explorado situações assim, por exemplo em Busca Frenética (Roman Polanski, em 1988). Nesse sentido de um marido que desce a um submundo procurando sua esposa, Caça Implacável fica na metade do caminho: interessa, porém não se aprofunda. Não é uma realização que ajude a refletir mais seriamente, mas também não é sua intenção.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação. Biografias usadas são do IMDB.
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