quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Crítica Cinema | Caminhos da Memória

(Caminhos para dormir)


Em um futuro distópico no qual Miami sofreu severas consequências com o aquecimento global e tornou-se praticamente submersa, um investigador particular de Miami (Hugh Jackman) é uma das maiores referências quando se trata de recapturar memórias perdidas ou distantes e devolvê-las a seus contratantes. Mas quando ele percebe um conflito pessoal com uma de suas clientes (Rebecca Ferguson), a situação torna-se complicada. Elenco ainda conta com Thandiwe Newton, Cliff Curtis, Daniel Wu, entre outros. Com direção de Lisa Joy. Distribuição da Warner Bros Pictures do Brasil. Estreia nos cinemas brasileiros em 19 de agosto de 2021. Para o trailer, clique aqui.

Caminhos da Memória (Reminiscence)


Pelo trailer e divulgação, tudo levava a crer que se trata de uma história do gênero full sci-fi, pois temos um mundo caótico, onde os mares estão subindo e assim gerou guerras e segregação entre quem consegue construir muralhas para conter a água e morar em lugares confortáveis, como também quem convive perto da submersão e na pobreza. Um lance interessante é que ao contrário de uma vida normal, durante o dia as pessoas ficam em casa, devido às altas temperaturas (Outra mudança climática que o longa apresenta), com isso, à noite a cidade acorda e as coisas acontecem. Outra abordagem é a profissão do protagonista, interpretado por Hugh Jackman (Nick)... Ele consegue através de uma máquina futurista trazer as melhores lembranças de quem pagar por isso, já que nesse mundo, tudo está caminhando para o fim, então as pessoas procuram momentos de uma época que ela considera que foi feliz para reviver (Também usado para investigar crimes, isso é importante mais à frente na história). São muitos elementos para abordar, pois existe um leque interessante de conceitos explicitamente mostrados, somado as pequenas coisas que são os complementos dessa criação... O longa aborda isso durante os dez, quinze minutos iniciais, até a entrada da personagem Mae (Ferguson) na trama, ai tudo é deixado um pouco de lado, e a narrativa segue para o romance com pitadas de investigação.


Esse mundo futurista que deu errado lembra muito os dois Blade Runner, onde a narrativa é lenta, mas em compensação lhe entrega elementos diferentes que te surpreende pelo universo ali estabelecido. Aqui fica muito avulso, pois são usados para que o romance Nick e Mae funcione, já que o protagonista passa a juntar pistas para reencontrar a sua amada. Ele passa o tempo inteiro pensando nela, um amor que acontece convenientemente a primeira vista, não são poucas às vezes que ela aparece em seus pensamentos, fazendo caras e bocas... Durante a história, o roteiro tenta enganar você sobre a índole dela, só que não convence. Ok, você até entende que explorar o lado afetivo dos personagens usando a tal máquina de memórias é o diferencial apresentado, mas fica chato e arrastado com o passar do tempo, pelo filme ser longo, tem muita barriga e situações que podiam deixar de lado para um ritmo mais dinâmico. Tudo caminha de um jeito que se não der sono, você começar a se irritar com o casal, perdendo interesse de como vai terminar. Ao fim, você até admite que é bem produzido, com bons conceitos... Só que o roteiro está focado mais em romance, do que explorar um belo mundo que ele mesmo criou.


Efeitos são bons, a trilha sonora chama atenção, consegue uma boa mistura com a ambientação em cena, tanto noite, como dia. A fotografia enche os olhos naquele mundo ficando caótico. Por ter um andamento lento, as passagens de ato não são muito claras, ao entregar o climax, não empolga, apesar de que a decisão final do protagonista condiz com tudo que ele foi durante a trama. Sobre o elenco... Hugh Jackman pelo que o papel pede, foi bem, até por ter um ator como ele... Para ver se acorda quem estava pescando, tem algumas cenas de ação. Rebecca Ferguson é biquinhos e carinhas de sensualizar o tempo todo, chega a ser brega (brega ruim), ela aparece não só na máquina de memórias do Nick, como também nos delírios do seu amado, chega a irritar em muitos momentos. Thandiwe Newton faz ali a parceira de trabalho do Nick, mas pouco explorada. Caminhos da Memória tem ótimas ideias, conceitos e fotografia... Só que narra tudo de forma lenta, usando apenas esses elementos para que o romance dos protagonistas seja desenvolvido dentro de uma narrativa investigativa. Bem chatinho e cansativo de assistir, até porque é um filme longo.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB
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